segunda-feira, 12 de julho de 2010

Escrevendo como o Tostão (ou: Por que ele está na Folha e eu não?)

Eu não quis escrever sobre a Espanha antes da final, embora os amigos mais próximos soubessem que era dela o meu coração desde o princípio, para não agraciar certos alunos (queridos alunos, claro) com uma piada pronta: se a Espanha perdesse, diriam eles que era por culpa minha, porque ter corintiano na torcida dá azar, que todos os times para os quais eu torço sempre perdem etc. Pois é. Provavelmente, surgirão agora com um “até que enfim você escolheu um vencedor” e algo do tipo. A verdade, creiam ou não, é que torci pela Fúria na Eurocopa de 2008 – quando eles apresentaram um futebol simplesmente memorável – e já admirava (nos dois sentidos) o goleiro Casillas desde a Copa de 2002. Mas houve momentos em que, confesso, titubeei: o exagerado toque de bola espanhol, que, muitas vezes, resultava ineficaz, dava uma certa canseira. O Fernando Torres – El Niño Torres! – passou longe do espetáculo avassalador que seu apelido sugere. E a campanha surpreendente do Uruguai, com o bloqueio inesquecível de Suárez, deram uma desviada no rumo da minha torcida. Uma coisa é certa: não torci pelo Brasil, apesar de ficar feliz quando faziam gols os fabulosos e afins. Nem pelo Maradona, embora admire o futebol raçudo dos nossos hermosos hermanos. Concordo que a Copa do Mundo apenas eleja a seleção que jogou melhor neste mês, sendo arbitrárias demais as classificações dos melhores do mundo. Porém, frente ao resultado deste ano, há de se reconhecer que há mais de dois anos são os espanhóis e os holandeses que têm apresentado o futebol mais estável, com destaque para a atuação, especialmente quanto aos primeiros, de grande parte de seus craques dentro de casa, sem trocar a cor da camisa por um milhão a mais na conta bancária. Mas isso já é uma questão de oportunidade. O que representa poder atuar no próprio país, defendendo um Real Madrid, é bem diferente das opções duvidosas dos nossos jogadores no Brasil: pode-se até pagar (estrondosamente) bem a um dos nossos jogadores, mas ele precisa ter feito uma excursão pelo exterior primeiro. E olha que o Bruno estava quase indo pro Milan... Bandido! Se tivesse sido preso antes, não teria defendido aquela falta perfeita do Chicão, meses atrás, e o Timão ainda estaria na Libertadores. Mas essas já são outras histórias. Por ora, celebremos La Fúria!, que é o que dá para fazer por enquanto.
12/07/2010

6 comentários:

  1. Como se esses "certos alunos" não fosse uma indireta a mim. Depois dessa vou chorar no meu pedaço de colchão...Não precisava de dormir com essa...
    A propósito: por que você optou por colocar essas "letras bagunçadas" antes de postar o comentário? Acha que vou comentar embriagado? Fique calma, não vou aos jogos do Palmeiras =]

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  2. É Depois do Corinthians, só resta a vitória.
    Lendo o texto eu reparei uma coisa:
    "Uma coisa é certa: não torci pelo Brasil, apesar de ficar feliz quando faziam gols os fabulosos e afins" que isso, só faltava você falar os fabulosos gols de mão.
    Mesmo não muito satifeito com o resultados das seleções, em geral eu posso lhe dizer que muitas seleções me surpreenderam, o Mick Jagger é um desgraçado, a Jabulani é redonda(Como se nenhuma bola fosse), o Bruno podia levar o Dunga e nosso querido Felipe Melo para dar uma volta em seu sítio, e a voz do polvo é a voz de deus.

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  3. Fora que estou pensando, Qual vai ser a funçao da vuvuzela agora? Sei lá desentupidor de privada?

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  4. Bem, Gelly, só não entendi a comparação com o Tostão. Nehum de vocês precisa disso. Gosto dele na Folha. Gostaria que vc tb estivesse lá também, mas não no lugar dele. bjos!

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  5. À Espanha só faltou o Fernando Torres, que não estava em boa forma. Toque de bola perfeito, jogadas incríveis, mas pouca objetividade. Como eu não acho, como muitos, que jogar bonito é fazer muito gol, fiquei satisfeitíssimo com a atuação da Fúria.

    No entanto, eu preferia que tivesse sido a Holanda a ganhar esta Copa. Afinal, esta foi a primeira final do time espanhol, enquanto os holandeses estiveram em três, e em todas elas com grandes méritos para levar o caneco. Enfim, coisas da vida.

    Quanto ao Tostão, vamos propor que a Folha o troque por duas colunas, minha e sua, sobre futebol. O salário pode ser reduzido e dividido por dois, e continuaríamos satisfeitos. Mas a qualidade conteudística iria se elevar, e o jornal ainda sairia ganhando. #ahamclaudiasentala

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  6. Bom, Gelly, não fica se comparando ao Tostão, não! Ok, ele faz volteios além do saudável,as vezes bate repetidamente nas mesmas teclas, mas o camarada foi jogador de futebol, dos bons! Já imaginou algum dos idólos corintianos escrevendo em jornal? Neto? Marcelinho? Ronaldão? É... mas procura um espaço lá na Folha, assim você vai poder entrevistar algum jogador da Fúria e conseguir muitas camisas legais para mim!

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