domingo, 5 de dezembro de 2010

Desconsiderações futebolísticas

Um time que não dá conta de ganhar da equipe reserva do Goiás simplesmente não merece o título. O Corinthians perdeu o Brasileirão – assim como os demais campeonatos que disputou este ano – por pura incompetência. Salários bilionários a craques do passado, importantes desfalques como a saída de Mano Menezes, fatídicas contusões... podem servir como desculpa, mas a verdade é que jamais apresentamos o futebol à altura de um campeão este ano. A partida de hoje serve como metonímia de nossa desorganização, da fé no acaso, da cega ingenuidade que nos alimentou ao longo do ano todo. O trágico vai ser sair na rua amanhã e ver o desfile azul dos vice – que, no fim, são tão perdedores quanto todos os outros – arrotando a arrogância típica das marias, falsos justiceiros recobrando os chorados três pontos perdidos naquela partida contra o time que, em outro momento, eu chamaria de Timão. Mas não dá para ficar triste. O Corinthians não merece isso hoje.

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Campeonato de segunda categoria, é inegável. Como naquelas gincanas de TV aberta, ao estilo do lendário “Passa ou repassa”, a última prova decidiu tudo, como se valesse mais pontos que as brincadeiras anteriores. Porque, como diria o bom e velho Capitão Nascimento, os times este ano foram um bando de fanfarrões: brincaram de “cai, cai, balão”, de “vou, não vou”, mas, principalmente, brincaram com a cara do torcedor. Até o Botafogo deu um jeito de perder feio para o Grêmio e mandar, provavelmente, mais uma vez, o tricolor gaúcho (carrasco antigo) para a Libertadores de 2011. E o São Paulo, que nada fez o ano inteiro, conseguiu golear o Atlético-MG... uma piada este Brasileirão, uma piada de muito mal gosto.

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Só não foi pior porque deu Fluminense, que não ganhava há vinte e seis anos, e que, coincidentemente, é o time do meu pai. Na minha família – como já disse – ninguém gostava realmente de futebol, mas, por influência minha e do meu irmão, meu pai começou, certa época, a acompanhar os jogos conosco e a ativar o amor pela equipe das Laranjeiras. Na maioria das vezes, ele se deitava no chão e dormia a partida toda, acordando vez por outra com os meus gritos de fúria, alívio ou comemoração. Mas, nesse período, houve um domingo em que eu o vi muito feliz: foi quando o Fluminense ganhou o Campeonato Carioca sobre o Flamengo, com o inesquecível gol de barriga do Renato Gaúcho, em 1995. Então, por outro momento de felicidade do meu pai, talvez eu consiga ver certo sentido no resultado do Campeonato Brasileiro deste ano.

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Apenas mais uma coisa: nos últimos dois jogos, torcendo contra o Fluminense e o Cruzeiro, acabei vivenciando algo que jamais, em toda a minha vida, esperei que acontecesse: eu torci para o Palmeiras. Gritei “Porco!” e tudo, fiz um coraçãozinho com as mãos para o Dinei, quando marcou gol, na última partida. E – pasme! – fiquei emocionada com o vídeo do japinha, lamentando-se por nunca ver o “alviverde imponente” ganhar. Pois é. Sorte que a gente recobra rápido os sentidos e volta a reconhecer um rival como tem que ser. Vou folhear o livro “Piadas para zoar palmeirense” que ganhei, recentemente, de um aluno querido, e rever, com outros olhos, o vídeo do japinha, que é para me divertir um pouquinho: http://www.youtube.com/watch?v=HGWsqAOAElY&NR=1
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Droga, fiquei com dó do menino de novo...

2 comentários:

  1. O Flu fez uma boa campanha este ano, logo após ter passado um ano tentando fugir do rebaixamento. Mas nada de espetacular também.

    Pelo menos o título ficou nas mãos de um dos poucos times do Rio que eu considero simpático.

    Mas foi realmente um campeonato bem mais-ou-menos.

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  2. A parte em que o garoto diz que é zoado na escola é a mais legal. Perceba que ela até menciona os corinthianos bem baixinho. Realmente, dá até uma dó pensar na surra que o garoto leva dos corinthianos, das carteiras dele roubadas... Coitado...

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