Havia um rato dentro de casa.
Ele roubava a liberdade do pé descalço e da escuridão.
Conseguia estar em qualquer parte,
roendo,
rabiscando,
com suas saliências
de unhas e dentes
uma coragem de duas décadas e meia.
Mataram-no.
A miragem do queijo gratuito.
O impacto da ratoeira enferrujada.
A frustração mais dolorida do que a morte.
Depois,
um banquete servido às formigas
na lixeira.
Também você,
às vezes,
uma miragem de dias felizes,
e o impacto das palavras enferrujadas,
o muro do seu não,
o peso do seu talvez.
Depois,
o meu coração:
um banquete
servido às formigas
na lixeira.
(10 de abril de 2009)
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um dos meus poemas favoritos. imagens diretas, sem firulas, que exaltam a beleza no feio. todos amamos banquetes (uns beeeem mais do que outros,e você me entendeu), mas ninguém gosto de ver um rato servido às formigas. tampouco umcoração, principalmente se for o nosso. porém, é assim que as coisas são, podemos ver beleza nisso ou podemos nos negar a ver o mundo. existem muitas formigas, elas precisam ser alimentadas e ninguém quer um rato em sua casa.
ResponderExcluire o título do poema vem de Naruto!