domingo, 10 de outubro de 2010

E não é que foi bom!?

É, galera, e eu fui a São Paulo ver o Bon Jovi esta semana. E o Bon é bom, naquilo que se propõe a fazer – sejam baladas grudentas, refrões otimistas ou cantadas a repórteres femininas. Mas havia outros significados em estar ali, mais uma vez no “La Bambinera”, espremida entre sessenta mil pessoas que gritavam histericamente a cada vez que o telão exibia o sorriso cheio de dentes desse moço (sic) de New Jersey. A verdade é que o Bon Jovi, por causa da “Always”, foi quem abriu as portas para as outras bandas de rock na minha vida. Parece piada, mas, quando ouvi pela primeira vez um CD inteiro dele, percebi, estarrecida, no auge dos meus magrelos 11 anos, que eu gostava das músicas “pesadas” – e você entenda com generosidade o peso no Bon Jovi, claro. E foi para aprender as letras dele que decidi estudar inglês. E o elegi como ídolo – a ser substituído, pouco tempo depois, pelo simpático Eddie do Iron Maiden –, desses pelos quais a gente chora, pensando na injustiça da vida que fez impossível o encontro de vocês. Foi, sim, para provar a essa menina de 11 anos, do interior de Minas, que, em certa medida, encontrar o Bon Jovi não era impossível, que embarquei na missão “Bon: o som da sexta série”. O outro motivo foi o imenso prazer de estar lá com meus amigos de colégio, que dividiram comigo a febre “I´ll be there for you” one of “these days”. A terceira razão é, óbvio, o espírito de aventura. Acho que, se tivesse ganhado, em um desses concursos de rótulo de margarina, o direito de ser levada ao concerto por um helicóptero, que me buscaria em casa e me deixaria lá, no camarote VIP da Globo, não teria sido tão legal. Ir direto do trabalho para o aeroporto, pegar em Guarulhos uma carona com uma santa desconhecida do interior do Espírito Santo... aí entrar num táxi com três recifenses (tão desconhecidos quanto) torcedores do Sport (que ficavam recordando a Copa do Brasil que ganharam sobre o Timão)... depois encontrar meus amigos de TC – que estavam com o meu ingresso! – na porta do estádio (o melhor abraço de toda a minha vida)... e sair de três horas intensas de show para o aeroporto e do aeroporto para o trabalho (quase a lei do eterno retorno)... Isso, sim, foi o show do Bon Jovi. Quase como descreveria o galã, se isso fosse uma canção: “Hey, man, I´m alive, I´m taking each day and night at a time. I´m feeling like a Saturday night” em plena quarta-feira gorda. E que venha, daqui a pouco, o SWU!
(10/10/10)

3 comentários:

  1. O mundo mudou bastante. Há 15 anos atrás, as garotas com, como você disse, "seus magricelos 11 anos" ouviam música boa. Hoje, com seus nem tão magricelos 11 anos, as garotas ouvem o lixo dos artistas coloridos. Se eu fosse corinthiano como você, aproveitava minhas aulas e usaria de minha hierarquia para esculachar as bandas coloridas e dar um corretivo nas suas fãs do 6º ano.

    ResponderExcluir
  2. Se foi para ensiná-la a gostar de rock, eu perdoo a existência do Bon Jovi.

    ResponderExcluir
  3. Shows são rituais. Um show do Bon Jovi, imagino, deve ser um ritual à base de flertes e histeria, an busca da fonte da juventude, tanto do tiozinho com a calça jeans agarrada quanto das moças, nem tão mais moças. Mas a verdade é que o "ritual show" começa, sim, no deslocamento, onde já iniciamos o expiação de nossos pecado.
    "La Bambineira"?? Tá bom, daqui há quatro anos os shows serão lá em Itaquera, meu, no "Gambazão", né não fii...

    ResponderExcluir