sábado, 3 de dezembro de 2011

Amanhã é amanhã

Vou escrever sobre isso hoje, porque amanhã não quero dizer nada a respeito. O Corinthians joga neste domingo contra o Palmeiras, valendo o título de Campeão Brasileiro de 2011, nesse campeonato em que, diferentemente do ano anterior, não faltaram fortes emoções – como gostam de dizer os locutores. Basta lembrar a 37ª rodada, quando, aos 47 do segundo tempo, um gol do Vasco calou o grito de vitória da torcida paulistana. Ou o empate do Cruzeiro com o Ceará, que deu aos atleticanos a chance de secar por mais uma semana as marias-à-beira-do-abismo. Houve ainda a goleada do mesmo Atlético-MG sobre o Botafogo, antigo algoz – porque, sim, até o Botafogo tem o seu freguês –, e a bela virada corintiana, um domingo antes, com o gol do “Adriano Imperador”, que ficou tão feliz que até tirou a camisa, sem constranger-se pelos vários quilinhos a mais. (Qualquer semelhança com o passado recente da equipe de São Jorge não é mera coincidência). Mas amanhã é amanhã. E vale lembrar que jogamos contra o Porco, que nada fez em todo o campeonato, assim como em toda a década, mas que, justamente por isso, tem um motivo e tanto para se esforçar nessa partida e garantir ao menos um sorriso para o torcedor palmeirense. O Flamengo tem também suas razões, mas algo me leva a crer que não se empenhará tanto amanhã, como não faz desde a goleada sobre o Cruzeiro. Quanto ao Vasco, já seria impossível torcer por eles, porque me recuso a querer imaginar feliz uma massa carioca (vide posts anteriores); porém, verdade seja dita, eles souberam galgar posições nesse segundo turno e foi estranhamente bonito o gol que rendeu ao campeonato mais uma semana de fôlego. O Corinthians, porém, joga pelo empate; fez um primeiro turno impecável e, ainda que eu discorde de certas contratações marketeiras e de manobras políticas relativas à construção do Itaquerão e à confiança dedicada ao Ronaldo Empresário, merece, por mérito, ser campeão este ano. A defesa menos vazada, um ataque competente – com destaque, é claro, para Liedson –, um esquema tático eficiente, ainda que retranqueiro (quanto 1X0, meu Deus!) e nenhum lance gritantemente polêmico em campo, nada semelhante àquele do ano passado, contra o Cruzeiro, para que ninguém conteste essa possível vitória. Fora, é claro, a torcida, que é nosso mérito maior. Talvez por ser tão odiada, tão rechaçada, tão chacoteada, ela tenha se entrincheirado de tal maneira que não admite pactos com “torcidas amigas”. Porque a torcida corintiana só tem um time, só tem um nome, que é também adjetivo: fiel. E sobre ela não é preciso dizer mais nada. Amanhã é amanhã, e pode ser que a gente perca, e aí vou culpar meia dúzia de deuses gregos, para, no fim, admitir, talvez – porque sou corintiana, mas sou sensata – que deveríamos ter empatado menos, entregado menos gols a times facilmente defectíveis, jogado com mais raça semanas atrás. Sim, porque o campeonato se decide amanhã, mas foi construído ao longo de muitos meses, com a soma de tantos resultados, e é preciso entender que o conforto torpe do “se” que se volta ao passado não muda nada na prática. Mas pode ser que a gente ganhe. Aí, meu amigo, não tem sensatez, não tem lógica, não tem “se” ou “porque” ou “quase”... aí, nossa!, só vai ter o Corinthians.

03/12/2011.

Um comentário:

  1. Como hoje é segunda, eu posso dizer: TIMÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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