sexta-feira, 15 de março de 2013

Azul

Há um azul nos olhos europeus, que é simplesmente desconfortável. Ele me faz pensar a cor com tato e me ajuda a compreender a solidez dos olhos negros, castanhos e marrons, que nos encaram com franqueza e precisão. Ele distancia-se ainda do verde, seu matiz-irmão, ao qual estamos mais habituados, e que reserva ainda um traço, um delineamento, que o fazem menos ameaçador. Nesse azul é absolutamente diferente: eles têm olhos líquidos. Espelhos d´água, piscinas circulares, espessas gotas de oceano. Todas essas definições, nem tão originais, seriam válidas. É como encarar uma joia, sem saber se ela se dá conta de sua preciosidade ou de nossa existência. (15 de março de 2013)

2 comentários:

  1. Que coincidência!!!
    Ontem me lembrei de você porque hoje à noite vou assistir o filme "Bleu" (Azul) de Kieślowski (Deus bendiga ele!), no Canal EuropaEuropa...
    Sem dúvida, vou pensar em você quando eu assistir o filme, com meus olhos castanhos de sulamericanos...

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  2. A sempre renovada poesia dos olhos...

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